0 Primeiro capitulo - A Lenda

Com minha paixão por livros - leio um por semana, ou menos - estou escrevendo um. Se chama: A lenda. Conta a história de uma menina, chamada May, que tem uma grande missão, mas o destino á separa dessa missão... Enfim, só lendo para entender. Vai aí o primeiro capitulo:

1 – A VIDA

        Eu hoje acordei pensando no que eu sou como nunca pensei antes.
              Não sou apenas a May Chan de 14 Anos, que mora no interior da china e não sou apenas também a única praticante mulher de kung fu de todo o país. Na verdade nem eu sei quem eu sou realmente, talvez só uma garota ou a garota da ”lenda”. Mas isso não importa, não importa eu tentar descobrir quem eu sou, o que importa é que eu nunca soube ou criei hipóteses de qual lenda seria essa, até que um dia enquanto passava pela porta da casa do mestre, ouvi duas vozes conhecidas.
- Você não está a preparando corretamente! Ela é quem vai dar fim em toda a guerra e com esse treinamento ela não vai conseguir derrotar nem metade do império Japonês! – O grande mestre dizia.
- Mas... O senhor sabe que ela não ira fazer isso sozinha, ela vai ter a ajuda... Dele... Você sabe quem! – meu professor respondeu.
- Mas “ele” não vai fazer tudo sozinho, May vai fazer a maior parte então trate de treiná-la corretamente. Não é porque ela é uma mulher que não pode ser melhor que qualquer homem, pois no Kung Fu não á Idade, nem homem e mulher, somos todos iguais e ela veio pra mostrar isso.
Depois disso tive que sair do meu esconderijo correndo, eles perceberam que tinha alguém ouvindo e pararam o assunto e começaram a falar sobre outro assunto. Então deduzi que agora eu sei pelo menos três coisas sobre mim que não sabia antes:
Primeira- eu tenho que lutar contra o Império Japonês, na guerra.
Segunda- eu não vou fazer isso sozinha.
Terceira- eu vou começar um tempo onde mulheres também poderão treinar.
               Então já que não tinha mais conversa pra ouvir e mais nada de interessante para fazer, sai discretamente de atrás da porta e resolvi ir até o mercado comprar algumas coisas. Não sabia o que comprar, mas precisava esvaziar a mente. Andando pra lá e para cá, achei uma loja que tinha umas adagas pequenas de por no cabelo, que cabia um pouco de veneno, uma picada seria fatal, mas uma gota daria a impressão de morte. Comprei uma e escondi dentro do meu cabelo, talvez eu fosse precisar dela um dia. Fui para casa, já era tarde. Deitei em minha cama, não conseguia dormir, estava pensando na conversa. Fechei olhos e comecei a imaginar o que teria acontecido se me encontrassem ali. Imaginando consegui dormir. Sonhei com um lugar grande, cheio de prédios e com jardins enormes. Muitas pessoas com roupas iguais e eu no meio delas, eu era a única diferente, eu era a única menina, eu era a única que estava com outra roupa, eu era a única infeliz. Tinha um menino e ele olhava para mim enquanto lutava. Não o conheço, mas vou perguntar onde estou. O garoto parou a luta e após me olhar sorriu. Eu disse que tinha que ir embora, ele me mostrou a porta e disse quando eu já estava do lado de fora, alto o bastante para eu ouvir “Não me esqueça... o meu nome é...”, antes de terminar a frase, eu caí em um grande buraco escuro, por mais que eu tentasse, eu não conseguia sair, então duas grandes criaturas apareceram, era um dragão vermelho e um tigre branco.         O dragão entrou no buraco escuro e como se ele falasse mentalmente, pediu para eu montá-lo, e foi isso que fiz. Enquanto o dragão me tirava do buraco, o tigre nos esperava. Desci do dragão e da mesma forma que o dragão falou comigo, o tigre disse:
– “Tome cuidado com essas pessoas, elas só querem que você sofra e não realize com sucesso sua missão. Ouça-me: às vezes é preciso fazer alguma loucura para se construir o próprio destino. Esse é o meu conselho” – O tigre se deitou e o dragão se colocou em minha frente.
– “Agora é a minha vez de te dar um conselho: Se você ainda está viva, é porque não completou sua missão.”.
             O dragão pediu novamente para eu montá-lo e realizei seu pedido mais uma vez. Voamos pelo céu, mas quando parecia que eu iria cair tudo ficou claro. E acordei. Admito que acordei um pouco assustada e admirada com meu sonho estranho, não sou de ter muitos sonhos e quando os tenho não lembro muito bem. Eu tinha que contar para alguém, eu contaria para a minha mãe, mas ela morreu uns dias após meu nascimento, ou eu contaria para meu pai, mas ele se suicidou ao saber que minha mãe tinha morrido. Não, eu não contaria para meus avós, apesar deles cuidarem de mim quando eu fiquei órfã, eles não gostam de mim, falam que eu sou só algo importuno que aconteceu na vida deles, um castigo. Não tenho tios, irmãos, irmãs,... Mas tenho minha melhor amiga. Lorelie. Nós nos conhecemos desde quando nascemos e temos a mesma idade.
                 Levantei de minha cama, vesti qualquer roupa que apareceu primeiro e sai.  A casa de Lorelie não é muito longe, por isso escolhi ir bem devagar e repensar o que havia acontecido no sonho e lembrei dos conselhos que os animais me deram: “ Às vezes é preciso fazer alguma loucura para se construir o próprio destino.” “Se você ainda está viva, é porque não completou sua missão.” Esse último conselho me deixou um pouco assustada e nem deu tempo de perguntar o que significava, mas criei minha própria hipótese. A minha missão é salvar esse lugar onde vivo, então ainda estou viva porque ainda não o salvei, mas quando salvar irei morrer. Pode ser uma hipótese errada, mas ainda da medo.  Da medo de tudo, da medo de saber que só eu posso salvar todos que amo, medo de dar errado e todos morrem, e esse novo medo ... Salvar quem eu amo, mas não voltar a vê-los. È como um sacrifício, eu terei que morrer para os que eu amo viver. Acho que eu não seria corajosa o bastante para fazer isso, teria um jeito mais fácil de fazer isso, não teria? Esquece, May. Foi apenas um sonho.
                   Quando percebi já estava na casa de Lorelie. Bati na porta e esperei.
– May? È você? – Lorelie abriu um pouco a porta e espiou pela greta.
– Sim, sou eu. Hum, posso perguntar por que está com medo?
– AH, sim... Liz e Layla querem me molhar. – Ela disse enquanto me puxava para dentro de sua casa. – Mas então ... como você está ?
– Treinando muito como sempre, o campeonato ta chegando e quero ganhar. Quer dizer ...eu vou ganhar !
– Assim que se fala. Você vai ganhar, eu sei disso. Você é muito boa. Mas que dia vai ser o campeonato ?
–Hum, semana que vem. Você vai?
– Sim, claro! Nunca perderia minha melhor amiga ganhando daqueles homens. – Ela começou a rir e parou de repente, típico de Lorelie. – Você está pensando ir em que modalidade ?
– acho que vou lutar, mas eu teria que lutar contra homens. É , ser a única menina no país inteiro que treina kung fu têm seus lados ruins.
– Mas mesmo assim, eu sei que você ganha. – Ela olhou para mim e sorriu, e voltou os seus olhos para a porta.
– Hum, Lorelie, porque Liz e Layla querem te molhar?
– Porque quando elas estão passando sem querer a mangueira começou a vazar água por todo lado, mas sério... Foi sem querer!
– Sem querer, sei... te conheço Lorelie. – Eu disse rindo para ela e lembrei-me do meu sonho. – Hoje eu tive um sonho muito estranho. Eu sonhei que tinha caído em um buraco, e veio um tigre e um dragão para me salvar. Eles me salvaram e me deram conselhos, um disse que ás vezes é preciso fazer uma loucura para poder fazer seu próprio destino e o outro disse que se ainda estou viva é porque não completei minha missão. Eu fiquei com um pouco de medo com essa última frase ...
– Entendi, você pensou o seguinte: – Ela fez uma imitação ruim da minha voz – “ Então quando eu completar a minha missão eu morrerei, e todos sabem qual é minha missão. “ Foi isso não foi ?
– Foi. – Percebi que eu queria chorar, então corri para perto dela e a abracei.
– Mas ... Amiga ... não precisa ficar com medo disso, foi só um sonho.
– Mas foi tão real.
– Mas sonhos imitam a realidade. – Ela me abraçou ainda mais forte. – Para de pensar bobeira, certo? Vai dar tudo certo.
         A porta bateu, e Lorelie pediu para eu abrir, caso fosse Liz e Layla. E quando abri, por azar de minha amiga, eram elas.
– Oi Liz, Oi Layla – Disse para as duas quando abri a porta. Liz e Layla eram irmãs gêmeas, mas mesmo sendo gêmeas elas queria ser diferentes uma da outra. Liz usava seu cabelo solto e um vestido vermelho de seda. Layla está com o cabelo preso em um coque e usava uma blusa azul com uma calça Jeans.
– Oi May, onde está Lorelie ?  – Liz perguntou, procurando Lorelie com os olhos.
– Ela ...
– Eu estou aqui. – Lorelie saiu de dentro de casa. – Oi Liz e Layla. Eu queria pedir desculpa, não era a minha intenção molhar vocês.
– Nós viemos para isso também, queríamos falar que não queremos te molhar mais.
– Quem quer ver um filme ? –  Lorelie perguntou. Liz e Layla levantaram a mão. – Kung Fu panda ou Kung Fu Killer ? – Lorelie me zombava, enquanto as irmãs gêmeas riram. Eu ri também.
– e Você May, não vem com a gente ? – Layla perguntou.
– Não! Tenho treinou daqui ... quantas horas, por favor ?
– Dezoito e cinqüenta e dois. – Lorelie me respondeu.
– Nossa, tenho treino daqui oito minutos, já vou indo. Até mais pessoal, bom filme para vocês.
– Bom treino pra você. – Lorelie me abraçou.
– Quebra aqueles meninos lá. – Liz disse.
–  Tchau May. – Layla acenou com a mão.
            Depois de virar as costas ouvi Layla dizer algo como: “è Sério Lorelie, nós vamos ver filmes de kung fu ? “, Lorelie soltou um suspiro.

      Chegando ao centro de treinamento, o Professor me disse que tinha algo pra me contar, e que não poderia deixar para depois, ele iria me explicar o que todos tentavam esconder de mim: O porquê dessa lenda e o meu papel nela. Treinamos como qualquer dia, e no final ele me chamou.
– May, hoje você vai saber o porquê de todo esse segredo, você sabe do que eu estou falando, estou falando sobre a  ...
– Lenda, é eu sei !
– então vamos começar a história ...
“ ... a muito tempo um grande mestre, previu que haveria uma guerra  , entre a China e o Japão, e que apenas um menino da família Chan, poderia derrotar o império Japonês, com a ajuda de ...
– Mas como eles falam que eu vou dar o fim a guerra, se quem iria derrota-los era um menino? e quem é ele ?
–tudo bem, eu iria falar isso mais pra frente, mas como você perguntou – ele sorriu e continuou – “Ele” era seu irmão.
– Como assim ele era meu irmão? – eu disse meio assustada e confusa – então ele não é meu irmão mais? mas eu nunca tive um irmão !
– Sim ele era seu irmão, porque ele morreu, ele tentou acabar com a guerra, antes data prevista  e sem a ajuda “dele” .
– dele quem ?
– Isso ninguém sabe, só você saberá um dia ou talvez não.
– Mas então como eu vou terminar com a guerra ?
– Aí quando seu irmão morreu- ele continuou ignorando a pergunta - fomos falar com o grande mestre e ele disse que a única pessoa que poderia acabar com a guerra, seria a próxima pessoa que nascesse na família Chan, então você nasceu, mas tomamos um grande susto, por que você era uma menina !
– então é por isso que vocês me deixaram treinar ?
– No começo foi difícil aceitar isso,  mas depois resolvemos aceitar. Pronto só isso que eu sei e só isso que devo saber, agora o resto é com você ! Ah, e a partir de hoje você vai treinar com os monges lá no templo da montanha.
– Mas então ... eu vou ter que morar lá agora ?
– Sim !
– Nunca vou poder sair ?
– Só finais de semana.
– E ... Por quê ?
–  Porque você precisa treinar mais. Ande logo, tenho mais coisas para fazer.

               Há, era só o que me faltava subir uma montanha enorme, morar em outro lugar, junto com monges, sem amigas. O que tenho que fazer agora? tomar chás todos os dias, meditar para o resto da vida e vestir roupas iguais ?

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